Tropas ucranianas na tentativa de cruzar o Dnieper

Sortudos os que conseguem cruzar rio o Dniéper

Segundo fontes do The Kyiv Independent

Soldados ucranianos explicam que são poucos os “sortudos” que conseguem atravessar o rio Dniéper para a margem esquerda, devido aos morteiros, artilharia e drones russos que estão constantemente alerta para atacar as embarcações.

Aqueles que chegam à outra margem relatam que tiveram que atravessar “centenas de metros através de pântanos e água até os joelhos, sem proteção contra morteiros, artilharia, tanques, drones e aviões”.

Muitos dos soldados ucranianos classificaram essas tentativas como “suicidas”, mesmo na cabeça de ponte de Krynky.

“Você chega ao outro lado (do rio Dniéper), e então o quê? O que eles (os soldados ucranianos) podem fazer? Não podem avançar porque os russos estão lá, e não podem recuar pela água”, comenta um soldado ucraniano. Além disso, na margem oriental, eles não podem cavar trincheiras porque a água está a meio metro abaixo do solo.

Muitos soldados e oficiais ucranianos afirmam que, devido à falta de avanço real naquela parte do Dniéper, especialmente devido à falta de armamento pesado, veem essas operações “como um esforço adicional da Ucrânia para garantir algum progresso aos aliados ocidentais.”

O pessoal destacado no local diz que “dói” que suas vidas estejam em perigo por aquilo que percebem como uma “decisão política” para obter um sucesso simbólico no campo de batalha. “Estão matando pessoas para preservar as ruínas”, disse um sargento maior.



Soldados ucranianos descrevem a ofensiva que estão realizando ao longo do Dniéper em Kerson como “brutal e inútil”, pois muitas dessas tropas têm perecido no próprio rio antes de chegar à margem esquerda.

O Estado Maior das Forças Armadas da Ucrânia afirmou que não era possível fazer comentários imediatos sobre as acusações dos soldados, mas que daria uma resposta no “devido tempo”.

O jornal New York Times relatou que os corpos dos fuzileiros navais ucranianos estão na área de Krynky há dois meses, devido aos intensos bombardeios. Este meio de comunicação também explica que, após o fracasso da contraofensiva de verão, os ataques ao Dniéper têm a “esperança de criar um avanço profundo o suficiente para ameaçar as rotas de abastecimento da Rússia e seu domínio no sul.”

É importante destacar que o Corpo de Fuzileiros Navais é o designado para essa área, e toda a sua força foi recentemente reconstruída com brigadas recém-formadas.

Os soldados ucranianos também afirmam que Kiev exagera o relato dos “feitos” nesse setor, negando a existência de postos de observação, apesar do que é afirmado pelo governo de Zelensky.

“Não é nem mesmo uma luta pela sobrevivência. É uma missão suicida”, explica um soldado designado para a área.

Por outro lado, também devemos lembrar que o número de baixas russas em torno do Dniéper não deve ser subestimado, apesar de a Ucrânia não ter conseguido consolidar um amplo território.